A história da criação da impressora 3D é um marco fascinante na evolução da tecnologia moderna. Ela começou no início da década de 1980, quando os primeiros conceitos de manufatura aditiva começaram a surgir. Charles Hull, engenheiro e físico, é amplamente reconhecido como o pioneiro dessa tecnologia. Em 1983, Hull desenvolveu o processo de estereolitografia (SLA), que permitia a criação de objetos tridimensionais a partir de resinas líquidas curadas por luz ultravioleta. Esse processo deu início a uma nova era na fabricação de objetos, A estereolitografia foi a primeira tecnologia de impressão 3D a ser patenteada, em 1986, por Hull. Ele fundou a empresa 3D Systems, que lançou a primeira impressora 3D comercial em 1987. A máquina, chamada SLA-1, era destinada principalmente a indústrias de prototipagem rápida. Empresas de setores como automotivo, aeroespacial e de dispositivos médicos começaram a adotar essa tecnologia para acelerar seus processos de desenvolvimento de produtos.
Paralelamente, outras tecnologias de impressão 3D começaram a ser desenvolvidas. Em 1988, Scott Crump inventou a modelagem por fusão e deposição (FDM), outro marco importante na história da manufatura aditiva. Essa técnica utiliza filamentos de plástico que são derretidos e depositados camada por camada para formar objetos. A FDM tornou-se especialmente popular devido à sua simplicidade e à possibilidade de utilizar materiais variados, A década de 1990 foi marcada por avanços significativos na tecnologia de impressão 3D. Diversas empresas e pesquisadores ao redor do mundo começaram a explorar novas abordagens para melhorar a qualidade, velocidade e acessibilidade dessas máquinas. Tecnologias como sinterização seletiva a laser (SLS) e jato de tinta tridimensional (3DP) surgiram durante esse período, ampliando ainda mais as possibilidades de aplicação da impressão 3D.
O início dos anos 2000 trouxe um movimento de democratização da impressão 3D. Com a expiração de algumas das patentes mais importantes, pequenas empresas e entusiastas passaram a desenvolver suas próprias impressoras baseadas em tecnologias como FDM. Um marco desse período foi o lançamento do projeto RepRap, iniciado por Adrian Bowyer, que tinha como objetivo criar uma impressora 3D capaz de se autorreplicar, ou seja, produzir suas próprias peças, O projeto RepRap teve um impacto profundo na popularização da impressão 3D. Ele inspirou a criação de diversas empresas de hardware de código aberto, permitindo que impressoras 3D fossem produzidas a preços mais acessíveis. Isso, por sua vez, fomentou uma comunidade global de makers, engenheiros e designers, que começaram a explorar usos criativos e inovadores para a tecnologia.
A sustentabilidade é um aspecto importante da impressão 3D. A tecnologia permite o uso eficiente de materiais, reduzindo o desperdício. Além disso, a possibilidade de reciclar plásticos e outros materiais para criar novos objetos tem atraído atenção como uma solução para os desafios ambientais, Com o avanço da tecnologia, a impressão 3D também entrou no campo educacional. Escolas e universidades adotaram a tecnologia como uma ferramenta para ensinar conceitos de design, engenharia e criatividade. Isso tem inspirado uma nova geração de inovadores a explorar as possibilidades da manufatura aditiva.